“Este é meu conselho: convém que vocês contribuam, já que desde o ano passado vocês foram os primeiros, não somente a contribuir, mas também a propor esse plano. Agora, completem a obra, para que a forte disposição de realizá-la seja igualada pelo zelo em concluí-la, de acordo com os bens que vocês possuem. Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem.” (2 Coríntios 8:10-12).
O capítulo 8 de 2 Coríntios traz o contraponto que Paulo faz entre os cristãos de Coríntios e os cristãos da Macedônia, afirmando que a generosidade destes últimos em contribuir persistiu mesmo em meio a grandes tribulações. Chegou a afirmar, inclusive, “que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam” (2 Coríntios 8:3). Ocorre que em relação ao texto base trazido no início, e que é objeto deste editorial, Paulo enfatiza, um pouco mais a frente, a necessidade do cristão contribuir apenas com a aquilo que tem e não com aquilo que não tem.
Nesse ponto, sabe-se que Deus, ante qualquer ato praticado por seres humanos, não está interessado na atitude externa, mas sim na interna. Ou seja, está interessado nas reais intenções do coração. Em relação a contribuição, não adianta ofertar apenas com as mãos, pois o que vai contar para o Senhor é a atitude do coração. Então, o ato de contribuir, que é um ato de adoração, deve ter o respectivo quantitativo em sintonia com o coração e com a real vontade e gratidão em contribuir com a obra do Senhor. Warren W. Wiersbse traz uma situação interessante, que passo a expor abaixo:
“Ao longo do meu ministério, presenciei muitos apelos para levantar ofertas. Ouvi histórias absurdas de necessidades inacreditáveis, Forcei-me a rir de piadas velhas e gastas que deveriam me ajudar a contribuir. Fui repreendido, envergonhado e quase ameaçado, mas devo confessar que nenhuma dessas abordagens me levou a contribuir além do que eu havia planejado. Na verdade, em várias ocasiões acabei ofertando menos, de dão desgostoso que fiquei com essas técnicas mundanas” (Wier, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo : Novo Testamento : volume I / Warren W. Wiersbe; Traduzido por Susana E. Klassen. – Santo André, SP: Geográfica editora, 2006. p. 859).
Infelizmente, hoje em dia, a forma com que acontecem alguns apelos que vemos em redes sociais, televisão e outras mídias, nos levam a uma rejeição do ato de contribuir. E, de certa forma, com alguma razão. Motivações como “contribua para ficar rico” ou “fulano de tal teve êxito apenas porque contribuía” são apelos que não devem ter relação com a verdadeira motivação para o ato de contribuir.
Na realidade, o ato de contribuir é uma forma de adoração e deve ser feita com amor, porque o Soberano da sua vida, Deus, vai olhar, reitere-se, o que está em seu coração e não nas suas mãos. Então, ore ao Senhor para que Ele tenha misericórdia de nossas vidas, pois “Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer” (Romanos 9:18).
Lucas Banhos – Vice Presidente