“Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gálatas 5: 17)
O versículo acima nos é bem conhecido. O trecho afirma que a carne milita contra o Espírito. Ou seja, trabalha sempre contra o Espírito. John Owen, em um dos seus livros, afirma que a expressão “milita” pode ser compreendida como “o fogo que queima”, de forma constante, ininterrupta. Uma analogia ao fato da nossa carne sempre militar contra o Espírito.
É importante lembrar, para dar um maior entendimento sobre o versículo, que uma coisa é ser tentado, outra coisa é cair nessa tentação. Jesus Cristo foi tentado, mas não caiu em tentação. Nosso Senhor foi o único que, sendo homem, não pecou. Porém, Judas Iscariotes, quando tentado, caiu em tentação. Então, o cristão, ao ser tentado, não deve ficar chateado e se sentir abandonado, pois isso é comum. Porém, cair nessa tentação é um erro.
Voltando ao mencionado no primeiro parágrafo, o fogo, para persistir e aumentar de tamanho, precisa de combustível. Sem esse combustível, o fogo se apaga. Da mesma forma com a tentação. Para o cristão cair em tentação, precisa, antes, ter um desejo pecaminoso em seu coração. É importante lembrar que Jesus Cristo, embora tentado, não caiu em tentação justamente porque Seu coração não tinha qualquer combustível para o pecado. Vale dizer, era – e é – um coração limpo. Em razão disso, a tentação não encontrou o combustível no coração dEle para prática do pecado.
Enfatize-se que o mesmo não ocorreu com Davi na história com BateSeba. Naquele momento, no coração do rei, havia desejos pecaminosos, e com a tentação, não resistiu e caiu. Já com José (do Egito), embora pecador, quando se viu em uma oportunidade de pecar – no caso do assédio da esposa de seu então chefe, Potifar -, decidiu fugir, porque ele tinha ciência que poderia não resistir ao pecado caso permanecesse naquele local.
No caso dos cristãos, todos tem o pecado em seu interior – que é intrínseco à natureza humana. Não vai ser eliminado. Pode ter sua força mitigada em um certo momento após a graça soberana de Deus, porém, nunca vai ser dissipado. Assim, continuando com a analogia sobre o fogo, ele sempre haverá em nossos corações, só aguardando o combustível. Ou seja, sempre haverá um desejo em nosso coração esperando a tentação. Porém, cabe ao cristão, além de mortificar dia-a-dia o pecado interior que persiste internamente, também buscar fugir do seu combustível, que vem do exterior.
Essas lições são importantes porque ajudam a compreender um pouco como funciona o nosso coração e assim permite que evitemos o pecado. Ora, se tentarmos apagar o combustível do pecado, fugindo de tentações, certamente a queda ficará mais difícil.
Então, quando imaginar que poderá entrar em alguma situação que será tentado, fique distante, pois o fogo, quando encontra combustível, aumenta.
Cabe ao cristão pedir sempre ao Senhor força para que possa fugir desse combustível inflamável!
Boa semana a todos!
Lucas Banhos – Primeiro Vice-Presidente