“Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus.” Efésios 3:14-19.
É inerente ao ser humano sentir um vazio no coração e querer que esse vazio ser preenchido de alguma coisa. Infelizmente, alguns buscam, sem êxito, preencher esse vazio de forma inadequada. São os casos dos que estão presos a determinados vícios, por exemplo. Outros, porém, buscam o imediatismo, fazendo com que esse “preenchimento do vazio” se dê como uma forma de contraprestação a alguma ação voluntária nossa.
Um exemplo desse último caso são religiões ou seitas que prometem prosperidade nesse mundo. Ocorre que, embora com distinções, nenhuma dessas situações acima é capaz de preencher verdadeiramente o coração do ser humano. Outros, ainda que cristãos, querem se preencher buscando manifestações extraordinárias a fim de obter alento no coração. Mesmo assim, com o passar do tempo, voltam a ter necessidade de presenciar esses eventos para encontrar nova satisfação.
É importante citarmos aqui o trecho do livro “Através da Bíblia” de Itamir Neves na parte que ele fala sobre o versículo mencionado acima: “Alguns cristãos seguem o caminho dos montes, das matas, dos lugares desertos ou das longas caminhadas para terem experiências com manifestações extraordinárias.
Outros seguem o caminho de acampamentos, dos retiros espirituais, dos congressos, dos cultos diferenciados para ‘carregarem a bateria espiritual e conseguem o entusiasmo e a empolgação por vários dias e até semanas, porém, logo depois o efeito se perde e precisam de mais retiros, acampamentos e congressos.
Ainda outros seguem o caminho dos cultos de milagres e maravilhas, dos cultos com as ‘unções, das vigílias de oração com manifestações dos dons espirituais miraculosos e outros eventos similares. Saem entusiasmados e radiantes dessas reuniões, mas a vida não foi transformada e no dia a dia constata-se um vazio e a insatisfação com a própria vida.
Embora, em si mesmo, essas reuniões, esses cultos e locais especiais, esses congressos e acampamentos não sejam errados, eles não satisfazem, porque a atitude desses cristãos está errada. A motivação, a intenção e o desejo que movem esses cristãos para esses diferentes caminhos é que se torna o problema. O desejo, a busca e a ambição por uma vida cristã diferenciada não tem como o objetivo principal a glória de Deus, o testemunho do Evangelho e a edificação dos irmãos.
O desejo, a busca e a ambição por esse tipo de vida têm como objetivo destacar-se entre os irmãos, ser reconhecido como alguém poderoso, ser considerado pelos demais como ‘ungido do Senhor’. Esse é o verdadeiro problema: a motivação.” O que deve prevalecer na nossa vida é o Senhor Jesus Cristo presente em nossos corações, refletido em nossos atos.
Quando permitimos que a vaidade da carne guie nossos atos, nunca conseguiremos o verdadeiro preenchimento completo de nossos corações. E a forma plena que podemos preencher esse vazio é através da oração, buscando a plenitude do conhecimento do Senhor. Itamir Neves, no mesmo contexto, orienta, a partir da lição do livro de Efésios, a conduta que devemos seguir: “Entretanto, há um caminho que deve ser trilhado por todo cristão que genuinamente deseja agradar o seu Senhor, deseja edificar os irmãos e deseja proclamar a salvação aos que ainda não creem. Esse é o caminho da oração, o caminho da comunhão com Deus, o caminho da alegria no relacionamento com outros cristãos, e, em resumo, é o caminho do amor. Quando trilhamos o caminho do amor encontramos o poder, o discernimento e a possibilidade de sermos instrumentos úteis nas mãos do Senhor.”
Então, queridos, que sigamos o exemplo de Paulo, que orou ao Senhor para que Cristo habite em nossos corações mediante a fé, e que possamos compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus por nós, que excede todo o conhecimento. Só assim seremos cheios de toda plenitude do Salvador. Boa semana a todos.
Lucas Banhos – 1 ° Vice Presidente